Capas criadas para editora Vozes, exceto por Ativismo no Brasil, as demais capas tem como principal marca a textura, demarcando contrastes e enfatizando o tema de uma forma discreta. De forma bem resumida, penso que o contraste foi a ferramenta mais explorada nesses trabalhos.

A missão em Questão – A missão evangelizadora, enquanto elemento estruturante da identidade cristã, diz respeito à razão fundamental do ser da Igreja. Todavia, ao longo dos séculos, manifestou-se geralmente por meio de uma ação embebida de um espírito hegemônico, expansionista e proselitista, intrinsecamente vinculada à epopeia colonial do Ocidente. Essa configuração revelaria a verdadeira alma, por vezes dissimulada, do movimento cristão? Ou seria possível repensar hoje no anúncio do Evangelho a todos os povos e, portanto, na natureza da própria Igreja, em uma perspectiva autenticamente dialógica e decolonial? Sobre essas questões se debruça a teologia contemporânea da missão à luz da renovação conciliar.

A Sombra em Nós – A sombra é aquilo que nenhum ser humano quer ser, mas é: nós apresentamos e destacamos certos aspectos nossos, enquanto reprimimos para o inconsciente os aspectos indesejados da personalidade. Muitas vezes, a sombra é projetada sobre os outros – por exemplo, sobre os estrangeiros ou os fugitivos – e é combatida neles. Nesta obra de referência sobre o conceito da sombra de C.G. Jung, a analista e psicoterapeuta de renome Verena Kast nos mostra: quando estamos dispostos a assumir responsabilidade pelos nossos lados sombrios, a sombra -se transforma em um a força que nos torna mais humanos e nos vitaliza.

Metanóia Quando dizemos que tudo é um, isso não quer dizer que tudo está misturado e que nós somos uma massa indistinta com o todo; pois a unidade, como a união, é a relação. Relação que não é nem fusão nem separação; nem mistura nem oposição: além da redução ao mesmo e da incomunicabilidade com o outro, é preciso descobrir a interindependência que não é apenas interdependência; essa esquece o espaço entre as diferenças, ela é dependência, sem a vacuidade que acolhe e respeita as diferenças.

Abraçar a dúvida – Muitas vezes a “dúvida” é vista negativamente. Quem duvida ou hesita perde a própria vida e fica inquieto. Na dúvida, você se torna passivo e perde a própria vida. Costuma- se dizer: “Somente aqueles que não se questionam terão sucesso”. Anselm Grün explora a questão de como as dúvidas e o anseio por certeza se complementam e que papel a dúvida desempenha em nossas vidas e como lidamos com o desespero que se repete constantemente. A dúvida também pode ajudar as pessoas, diz Anselm Grün. Ela pode quebrar estruturas incrustadas e tornar algo novo tangível.

Ativismo no Brasil – Este livro tem um diferencial em relação a outros que já escrevi: o tempo histórico em que ele foi escrito e a maioria dos acontecimentos que são narrados e analisados. Um tempo que afetou e impactou deforma diferente todos os seres humanos: o tempo da pandemia da Covid-19. Não só tempo de incertezas, medo do presente, mas também de busca de caminhos para mudanças sociopolíticas e culturais que possam manter viva a esperança para um futuro diferente. Um futuro que nos livre da barbárie do presente, que contemple novos horizontes, que reflita as mudanças operadas na sociedade, e não simples tentativa de regresso ao passado. Caminhos que iluminem alternativas para um futuro que restitua direitos e dignidades que estão sendo usurpados. Ou seja, um futuro com justiça social, sem desigualdades socioeconômicas, que nos dê esperança e “calma na alma”, como diria um poeta. (Da apresentação)
Deixo abaixo meu portfólio com trabalhos de capas de livros, book trailers e outros.
Portfólio – https://www.behance.net/ygormoretti